Vago, às vezes, as ruas da madrugada.
Sozinho pelo orvalho e pelo frio da meia noite.
É como o inferno dos demônios, a lhe querer o açoite.
O derivar no escuro que antecede a alvorada.
E pelos postes amarelentos, o nortear da embriaguez
E não me erre os assassinos, a minha paz desarmada.
Já perdido, quase morto, aos delírios da insensatez.
Vou voltando, a passos bêbados, o caminho da ancorada.
Vago como um louco ou um poeta amante
A buscar, laborioso, a vida diletante
Ou me enganar com os prazeres da vida de um errante...
A noite vai-se indo aos raios da aurora...
Nem morri no asfalto; ainda posso ir embora
Realizar os sonhos nascidos em outrora.
Eis aqui uma folha como a de um caderno para riscar. Poderia ser um rabisco, debuxo ou um colorido. Mas prefiro, antes que eu a amarrote e a jogue no cesto do lixo, dar a ela minha voz que é o grito engasgado de tantos outros apertos que não os suporto mais. Portanto eis aqui o diagnóstico de meu pigarro e rouquidão. O meu papel escrito, antes morto e hoje vivo, sujo e detestável. Leiam antes que eu o amarrote e o jogue no lixo!
sábado, 13 de fevereiro de 2010
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