Ao relento da noite um entorpecer do vinho...
- A algazarra dos menestréis é a pura embriagues.
Como as vagabundas da estrada, somos desde o ninho;
Filhos dos nossos pais que já viveram a sordidez.
É tudo uma nojeira só e dizem que é pecado.
Somos todos filhos de Adão, Eva e da Serpente;
Somos hoje, os filhos do deus inconseqüente,
Somos a própria maçã, o fruto, o resultado.
E me disseram que o vinho é o sangue da vida.
- pobre seria se eu não o pudesse beber.
E na verdade é o arroubo dos homens na lida.
Como o das meretrizes quando não querem ceder...
- Ora, bebamos os copos sem poesia qualquer.
Um dia seremos os pais nesse mundo onde se faz o que quer.
Eis aqui uma folha como a de um caderno para riscar. Poderia ser um rabisco, debuxo ou um colorido. Mas prefiro, antes que eu a amarrote e a jogue no cesto do lixo, dar a ela minha voz que é o grito engasgado de tantos outros apertos que não os suporto mais. Portanto eis aqui o diagnóstico de meu pigarro e rouquidão. O meu papel escrito, antes morto e hoje vivo, sujo e detestável. Leiam antes que eu o amarrote e o jogue no lixo!
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
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