Na minha infância, impoluto;
Era um nauta; queria os mares.
Hoje, ambicioso e dissoluto,
Como um pássaro, eu quero os ares...
E voar na imensidão do imaginário.
- sem o auxílio de qualquer entorpecente,
Pra não ser como um pobre condescendente
Que não atinge o próprio relicário.
Queria, quero; sempre quis.
Como quem risca o chão com pedra giz:
A sorte – o destino de um homem hiperbólico.
E do imaginar anacoluto, prosopopeico;
O meu – julgado insano: onirismo epopeico.
Louco como um desejo esotérico.
Eis aqui uma folha como a de um caderno para riscar. Poderia ser um rabisco, debuxo ou um colorido. Mas prefiro, antes que eu a amarrote e a jogue no cesto do lixo, dar a ela minha voz que é o grito engasgado de tantos outros apertos que não os suporto mais. Portanto eis aqui o diagnóstico de meu pigarro e rouquidão. O meu papel escrito, antes morto e hoje vivo, sujo e detestável. Leiam antes que eu o amarrote e o jogue no lixo!
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
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