Aguarda-me, na curvatura do rio, o Caronte.
Disse-vos que não morro nem pago a moeda...
Orfeu desceu o inferno de Hades em sua arreda.
Eu nado,se possível for, o próprio Aqueronte.
Nem a barca do inferno será minhas rédeas.
Eu sou o velho moço com a espada na mão...
Correndo os campos verdosos das eqüídeas,
Em quase vôos alçados como os pássaros ao chão.
E é pela guerra e pelo amor que na morte eu luto.
E de luto retorno nas noites em que a escuridão
De serena me faz te lembrar como o meu galardão...
E sou o lutador escarlate que escorre em gotejo.
Sou a quimera dos sonhos dos inimigos...
O amante da vida à deriva do desejo.
Eis aqui uma folha como a de um caderno para riscar. Poderia ser um rabisco, debuxo ou um colorido. Mas prefiro, antes que eu a amarrote e a jogue no cesto do lixo, dar a ela minha voz que é o grito engasgado de tantos outros apertos que não os suporto mais. Portanto eis aqui o diagnóstico de meu pigarro e rouquidão. O meu papel escrito, antes morto e hoje vivo, sujo e detestável. Leiam antes que eu o amarrote e o jogue no lixo!
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
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