Vim de longe como o vento enfurecido
A borrifar os prantos da saudade apaixonada
Sob o chão de terra rociado, humedecido
Plantando rosas pra minha musa idolatrada.
Quem dera eu fosse o bardo de seus versos preferidos
Pra compensar o asco de minha vida devassada
E enaltecer o jovem de nome empobrecido
Diante a face da moça de feição imaculada.
Ai se eu fosse o sonho da noite mal-velada,
A insônia sob a luz dos vaga-lumes,
O desejo do inconsciente adormecido.
Vagando libertino, feito ondas do mar
Atado ao tempo deste sono profundo,
Vejo-te nas pálpebras quando pretendo sonhar.
Eis aqui uma folha como a de um caderno para riscar. Poderia ser um rabisco, debuxo ou um colorido. Mas prefiro, antes que eu a amarrote e a jogue no cesto do lixo, dar a ela minha voz que é o grito engasgado de tantos outros apertos que não os suporto mais. Portanto eis aqui o diagnóstico de meu pigarro e rouquidão. O meu papel escrito, antes morto e hoje vivo, sujo e detestável. Leiam antes que eu o amarrote e o jogue no lixo!
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