Do atrito de nossas epidermes molhadas;
De nossos cabelos entrelaçados e dedos;
Do perfume de nossos pescoços acesos,
Do brilho de nossas salivas enroscadas...
Eu que sempre fui libertário
Dos jugos do que se pode fazer...
Eu que sempre fui visionário
Dos meus feitos e do que pude ser...
Aqui me vejo atrelado aos teus beijos,
Aos teus abraços e rostos tocados, mulher.
Vejo-me nas correntes do vento do desejo...
Pois sou, desde então, a loucura
Da liberdade atadas às venturas
Dos sonhos em que se faz o que quer.
Eis aqui uma folha como a de um caderno para riscar. Poderia ser um rabisco, debuxo ou um colorido. Mas prefiro, antes que eu a amarrote e a jogue no cesto do lixo, dar a ela minha voz que é o grito engasgado de tantos outros apertos que não os suporto mais. Portanto eis aqui o diagnóstico de meu pigarro e rouquidão. O meu papel escrito, antes morto e hoje vivo, sujo e detestável. Leiam antes que eu o amarrote e o jogue no lixo!
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
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