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terça-feira, 8 de dezembro de 2009

A Góia

Não cresci nos campos de relvas
Nem na cidade cinzenta de paris.
Vim das periferias, das vielas quase selvas
De onde me faço escapar por um triz.

Eu que bebi e fumei
Sem ser um boêmio,
Que escrevi e cantei
Sem ser nenhum gênio...

Eu que sou fumaça tragada,
A góia* suja, estragada,
A folha de papel amarrotada...

Não pude ser o grande poeta
Mas fui o grande obstetra
Que pari as dores de mim.

*góia é o que restou do cigarro.

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