Às vezes,
Percebo em minha volta,
Um menino que fui e que não o sou mais...
Eu era tão bonzinho
Que fui engolido pelo monstro que sou.
E hoje sou tão mau que me acham bonzinho.
Eu posso ver os demônios...
Venham,
Sentem-se aqui para confabularmos juntos
Sobre o que fazer desse mundo enganado...
Sou honesto para dizer quem sou,
E sou o que digo!
Não prometo nenhum éden nem algum céu caiado de mentiras...
Isso é conversa!
Eles são os mesmos malvados que os levarão a morte...
Venham comigo para um mundo novo
Em que nós somos os próprios deuses...
A morte é a nossa esposa de amanhã
E antes de deitarmos com ela
Façamos de nós maiores,
Intrépidos,
Vorazes,
Iguais...
Assim haverá verdade longe das disparidades.
Invenções malfeitas,
Esculpidas com o tempo...
Uma merda que se deteriora...
Às vezes,
Percebo em minha volta,
O velho que um eu dia serei.
- Seremos!
Então sejamos todos iguais.
As mudanças são boas e más...
Por isso prefiro ser eu.
Eis aqui uma folha como a de um caderno para riscar. Poderia ser um rabisco, debuxo ou um colorido. Mas prefiro, antes que eu a amarrote e a jogue no cesto do lixo, dar a ela minha voz que é o grito engasgado de tantos outros apertos que não os suporto mais. Portanto eis aqui o diagnóstico de meu pigarro e rouquidão. O meu papel escrito, antes morto e hoje vivo, sujo e detestável. Leiam antes que eu o amarrote e o jogue no lixo!
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