Em um pesadelo estroboscópico,
Ouço, no ângelus, Gounod ou é Schubert...
E uma velha senhora cheirando fumo
Num banquinho de madeira.
E o “portador da luz”, numa viela escura, sorrindo...
Nada me acontece na última estação.
O trem parou sem passageiros,
Desci sem bagagens; quase nu,
Salvo pela bermuda!
Chinelas brancas, sujas de terra.
A cidade cheia de anjos expulsos...
A velha me olhando, baforando o cachimbo!
A barriga contorcida de frio.
Paro na cancela da cidade,
O trem não me leva de volta.
Eu me esforço e acordo,
Com a fronte e a nuca suada.
Eis aqui uma folha como a de um caderno para riscar. Poderia ser um rabisco, debuxo ou um colorido. Mas prefiro, antes que eu a amarrote e a jogue no cesto do lixo, dar a ela minha voz que é o grito engasgado de tantos outros apertos que não os suporto mais. Portanto eis aqui o diagnóstico de meu pigarro e rouquidão. O meu papel escrito, antes morto e hoje vivo, sujo e detestável. Leiam antes que eu o amarrote e o jogue no lixo!
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