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sexta-feira, 28 de maio de 2010

O Cantor Boêmio

Antes que eu morra, mais um gole de bebida!
Da mais pura e doce que a dama me serviu.
Para que eu bêbado venha aquecer o frio
De minha pobre vida, curta e desgraçada.

E mais uma baforada quente do fumo!
Para jogar a fumaça no vento, no sumo...
E não ser tragado nas brumas e consumido
Nem ser ingerido pelo tempo e perdido.

Vou indo, afogando-me, lançando-me fora...
Meus vícios comigo vão para o abismo!
E do que ainda restar seja esmagado!

Miserável destino! - me faz ir embora...
Mas antes que eu morra; meu egocentrismo
Não permitirá que meu canto seja engasgado!

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