Ah...
Schrrth...
Este é o meu escarro!
O excremento virulento
Do pus condensado de meus verbos doentios.
Schrrth... até que saia todo o infecto.
Cuspi meu pigarro no papel mais branco...
É a poesia mais orgânica de minhas vísceras...
O verso tangível e pungente...
A iconografia espontânea do engasgo...
Eu sou o poeta, lambe o meu poema palpável,
Ou te amedrontas em ler as inquietações poéticas?
Ah... a estética encantadora segrega os infelizes...
Os moribundos são negligenciados pelo amor...
O que fazes aos pudores dos facínoras?
Veja o engodo a qual caminha a humanidade...
Tal qual pisoteiam os sorumbáticos insalubres,
Esmagador é o silêncio que te engasga.
Esta é minha secreção sórdida e sufocante,
Insuportavelmente asquerosa...
Da qual só me liberto e respiro,
Num punhado de palavras cuspidas...
Schrrth...
Eis aqui uma folha como a de um caderno para riscar. Poderia ser um rabisco, debuxo ou um colorido. Mas prefiro, antes que eu a amarrote e a jogue no cesto do lixo, dar a ela minha voz que é o grito engasgado de tantos outros apertos que não os suporto mais. Portanto eis aqui o diagnóstico de meu pigarro e rouquidão. O meu papel escrito, antes morto e hoje vivo, sujo e detestável. Leiam antes que eu o amarrote e o jogue no lixo!
segunda-feira, 15 de abril de 2013
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