Ah, os relógios, todos terríveis, não os suporto mais!
É um fardo no estribilho dos meus dias,
E há dias que não saio deste inferno.
Onde estamos?
São o meu infortúnio aquelas catracas.
Aqueles ponteiros me levam ao mais ínfimo dos infernos.
E este inferno é o martelo da bipartição da minha consciência.
Aonde iremos afinal?
Juntar-nos aos ignorantes e clamar por um libertador?
Nós é que somos os últimos baluartes esquecidos.
A pena está em nossas mãos...
Ouço a barafunda das mil vozes endemoninhadas de minha liberdade.
Quem irá me ouvir?
Não tente me devorar, Cronos...
Sou o teu filho
E irei te libertar desta agonia...
Vamos,
Dei-me a mão e nos lançaremos deste monte até o fim.
Aí, sim...
Estaremos livres de vez.
Eis aqui uma folha como a de um caderno para riscar. Poderia ser um rabisco, debuxo ou um colorido. Mas prefiro, antes que eu a amarrote e a jogue no cesto do lixo, dar a ela minha voz que é o grito engasgado de tantos outros apertos que não os suporto mais. Portanto eis aqui o diagnóstico de meu pigarro e rouquidão. O meu papel escrito, antes morto e hoje vivo, sujo e detestável. Leiam antes que eu o amarrote e o jogue no lixo!
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Talvez Lafaiete lhe ajudasse transcender tal infortúnio... rsrs... e quem sabe não nos encontraremos no meio do caminho...!
ResponderExcluir...
O texto conduz a um sentimento de fugacidade e desespero... O fim é infinito e intenso, no entanto perigoso, afinal Cronos está sentado com seu cajado cortante para dissipar tudo que for demais e tornar as coisas mais leves e superficiais. Mas Não se jogue simplesmente, procure antes Lafaiete...
:D
Amanda Braga