De tanto voar, cansa o pássaro,
Entediado do céu aberto, imenso...
Chega até larga o céu por algo intenso,
Algo difícil de ver, de tão puro e raro.
E busca a vida inteira o pobre pássaro...
Até achar o que procura de tão escondido.
Busca, busca até sentir o próprio sentido...
E quando encontra, paga um preço caro.
É uma loucura voar o céu perdido.
Sem saber onde pousar acaba ferido,
Sem o azul do céu imenso e claro...
E aí termina preso o pobre pássaro...
Com a ruína de seu destino sofrido,
Cantando pro seu amor não ser esquecido!
Eis aqui uma folha como a de um caderno para riscar. Poderia ser um rabisco, debuxo ou um colorido. Mas prefiro, antes que eu a amarrote e a jogue no cesto do lixo, dar a ela minha voz que é o grito engasgado de tantos outros apertos que não os suporto mais. Portanto eis aqui o diagnóstico de meu pigarro e rouquidão. O meu papel escrito, antes morto e hoje vivo, sujo e detestável. Leiam antes que eu o amarrote e o jogue no lixo!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
A fertilidade dos seus versos e a incapacidade das minhas palavras para expressar um sentir... Mas sem dúvidas posso entitula-lo grandioso e livre, um soneto intenso de rimas ricas e uma belissima metafora para o grande sonhador da liberdade...
ResponderExcluirAmanda Braga.
Gostei do "grande sonhador da liberdade"! De fato a metáfora remete isso meu amor! Mas é simples, nada de grandioso (talvez o único incapaz aqui). É apenas uma folha amarrotada. Obrigado pelo comentario... ;)
ResponderExcluir