Numa sala vazia do inconsciente,
Há um vulto imbuído de maldade.
Vagando entre sonhos, veemente,
Maquinando desejos de crueldade.
Cuspindo fogo e gelo entre os dentes,
Sorrindo com máscaras de falsidade.
Fitando, odioso, com olhos pertinentes,
Os pobres, perdidos de honestidade.
E os templos sagrados vão aos ventos...
Deixando nos pobres muitos tormentos
Que, endoidecidos, rendem-se à maldade.
Vagueando, perdidos, deficientes...
Cegos... pobres filhos, inocentes
De um pai, que é o pai da crueldade.
Eis aqui uma folha como a de um caderno para riscar. Poderia ser um rabisco, debuxo ou um colorido. Mas prefiro, antes que eu a amarrote e a jogue no cesto do lixo, dar a ela minha voz que é o grito engasgado de tantos outros apertos que não os suporto mais. Portanto eis aqui o diagnóstico de meu pigarro e rouquidão. O meu papel escrito, antes morto e hoje vivo, sujo e detestável. Leiam antes que eu o amarrote e o jogue no lixo!
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"Numa sala vazia do inconsciente,
ResponderExcluirHá um vulto imbuído de maldade.
Vagando entre sonhos, veemente,
Maquinando desejos de crueldade"
Quando li, lembrei imediatamente da psicologia( psicanalítica),
Freud, o inconsciente, os sonhos, os desejos - E a sublimação
= Soneto Maldito.
Muito bom Parabéns!!