De soslaio eu vi o vulto
Como que um anjo ou demônio.
Vagava perdido...
O brilho dos meus olhos ofuscados,
E o arrepio de minhas mãos
Era tal qual a heterotopia...
Fogo e gelo num mesmo instante.
O que dizes?
Quais são tuas aspirações?
O que fazes aqui?
Trazes-me um poema ao menos?
Grita o teu recado, sorumbático!
Dizes-me porque me rodeias?
Há tempos...
Tua sombra me segue pelos caminhos
Ou sou eu o medonho que te amedrontas?
Por que foges, desgraçado?
Deus está aqui!
Eis aqui uma folha como a de um caderno para riscar. Poderia ser um rabisco, debuxo ou um colorido. Mas prefiro, antes que eu a amarrote e a jogue no cesto do lixo, dar a ela minha voz que é o grito engasgado de tantos outros apertos que não os suporto mais. Portanto eis aqui o diagnóstico de meu pigarro e rouquidão. O meu papel escrito, antes morto e hoje vivo, sujo e detestável. Leiam antes que eu o amarrote e o jogue no lixo!