Um vento frio e escuro sopra as vezes.
E uma neblina de miasmas flutua no ar.
Vozes que gritam do inferno...
Tão viscerais quanto a própria consciência.
Cuida-te para não ouvir estas vozes...
São sofrimentos dos quatros cantos do tempo
Que nos empurram no abismo da loucura.
Eis aqui uma folha como a de um caderno para riscar. Poderia ser um rabisco, debuxo ou um colorido. Mas prefiro, antes que eu a amarrote e a jogue no cesto do lixo, dar a ela minha voz que é o grito engasgado de tantos outros apertos que não os suporto mais. Portanto eis aqui o diagnóstico de meu pigarro e rouquidão. O meu papel escrito, antes morto e hoje vivo, sujo e detestável. Leiam antes que eu o amarrote e o jogue no lixo!
quinta-feira, 27 de novembro de 2014
sexta-feira, 24 de janeiro de 2014
O Som da Luz...
Do som daquelas luzes ofuscantes,
Um cheiro quente e vermelho se espalha.
Fumaças, poeiras, dissabores ardentes...
E a heroína vencida se esmalha.
Os sons entoados ásperos veementes
São os gritos de torpor dos arruinados...
Que entorpecidos, tornam-se potentes,
De tanto ódio e prazeres frustrados...
É o som que reverbera estarrecido,
O som que soa dos derrotados,
O som da luz que lá vem enfurecido...
Lá vem o som, atroz e enfarruscado.
Veloz como chamas... Endoidecido.
Quando estoura, ecoa-se o acabado.
Washington Machado
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