Ah, o retorno é sempre bom...
Depois de quebrar os deuses de alabastro
E lançar-me fora da carruagem faiscada,
Retorno ao velho moinho de pedra,
Desço o poço até a fonte.
Lá estão Orfeu e os outros tocando a bela música
E todos os outros bárbaros...
Eles cantam e dançam como índios entorpecidos,
Reinventando o velho universo.
Lá no fundo do poço o barro arde áspero e quente.
E com a argila esculpem a nova Grécia, Roma e Pérsia.
O mundo pertence aos bárbaros,
Eu sei...
É preciso subir ao extremo norte
Onde não há argila nem alabastro,
Para tornar-se pacífico e eterno mancebo.
Por isso deixo aqui os velhos barbudos e os pedreiros
E subo!
Eis aqui uma folha como a de um caderno para riscar. Poderia ser um rabisco, debuxo ou um colorido. Mas prefiro, antes que eu a amarrote e a jogue no cesto do lixo, dar a ela minha voz que é o grito engasgado de tantos outros apertos que não os suporto mais. Portanto eis aqui o diagnóstico de meu pigarro e rouquidão. O meu papel escrito, antes morto e hoje vivo, sujo e detestável. Leiam antes que eu o amarrote e o jogue no lixo!
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
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