É a última volta do ponteiro
As almas já estão cansadas...
O corpo esgotado por inteiro;
O resto são ruínas desgraçadas.
É o tempo cobrando as migalhas,
Destruindo palácios, castelos, muralhas...
Levando, aos poucos, pedaços;
Deixando apenas cansaços.
E é o tempo que torna a vida perdida,
Que corrói amores, criando feridas,
Dilacerando até mesmo os fortes...
O tempo... acenando a nossa partida;
Fazendo as histórias tornarem esquecidas...
Acabando com tudo no seu rastro de mortes.
Eis aqui uma folha como a de um caderno para riscar. Poderia ser um rabisco, debuxo ou um colorido. Mas prefiro, antes que eu a amarrote e a jogue no cesto do lixo, dar a ela minha voz que é o grito engasgado de tantos outros apertos que não os suporto mais. Portanto eis aqui o diagnóstico de meu pigarro e rouquidão. O meu papel escrito, antes morto e hoje vivo, sujo e detestável. Leiam antes que eu o amarrote e o jogue no lixo!